A Mariana, filha de Izadora, é talvez, a figura central do romance "Nascida na Terra do Vento".
Li-o à pouco tempo.
Gostei.
A Izadora era uma senhora.
No romance consta de: "uma princesa" porque foi criada em boas famílias e porque era linda de morrer.
Os seus olhos verdes eram a desgraça dos homens que tinham o privilégio dela se aproximar.
Mas a paixão por um grande amor levou-a à perdição e bem cedo se tornou numa mulher vulgar.
O seu "grande amor" era, se assim posso dizer, tipo "galã".
Boa apresentação, bonito, possuidor de palavras eloquentes, era obcecado pelo "jogo" que depois dos "bons ventos terem passado" tornou-se num parasita que vivia à custa de "pequenos biscates" e algumas "vigarices".
Enquanto Isadora teve meios, da fortuna que herdou, o dito viveu "à grande e à francesa".
Quando a mãe da Mariana ficou na penúria, por causa da vida que o marido levava, o "biscateiro" desapareceu.
Nunca mais viu a Izadora e muito menos a sua filha.
Izadora de "Senhora" passou a mulher vulgar.
Teve que começar a trabalhar, teve que lavar escadas, teve que comer o "pão que o Diabo amassou".
Não bastasse até a vida a humilhou.
Pouco ou nada lhe valeu ter os olhos verdes mais lindos das redondezas.
O seu estado miserável era tal que os homens nem para ela olhavam.
Mas sozinha conseguiu contornar as partidas do destino para que nunca faltasse nada à sua Mariana.
Começou a trabalhar aqui e acolá.
Além, tinha quem gostasse de a ajudar dando-lhe afazeres para fazer nos poucos momentos livres que tinha.
Izadora sentiu no seu frágil corpo as piores amarguras que a vida dá a quem não merece.
Os anos passaram.
O vento acalmou.
Izadora já é a mulher bonita que sempre foi e os seus olhos verdes estão mais bonitos do que nunca.
Mariana é uma jovem feliz mesmo que às vezes as noites negras tentem entrar por alguma greta da sua casa.
Um dia saberá toda a verdade.
É assim que acaba o romance.
(*) foto ilustrativa
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