«Estes textos são apenas ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.»

domingo, 31 de janeiro de 2021

Não quero viver de maneira diferente



 Tornei-me livre pelas minhas escolhas e quero viver e celebrar a minha liberdade até ao meu último dia. Não sei viver de outra maneira. Não quero viver de maneira diferente.

HOJE TENHO SAUDADES DE TUDO


 Até de mim.

PRECISO DE MARES REVOLTOS E CÉUS MISTERIOSOS E AMORES QUE NÃO SEJAM AMORES



Preciso de coisas divinais e conversas pela noite adentro, silêncios sem barulho e lareiras acesas. Preciso de viagens sem mapas nem bússola, leituras para alegrar a solidão, gargalhadas estridentes e brindes de vida. Preciso de coisas que não necessite de esquecer. Estou cansado de me lembrar do que não foi feito para ficar comigo.
Preciso de coisas divinais e conversas pela noite adentro, silêncios sem barulho e lareiras acesas. Preciso de viagens sem mapas nem bússola, leituras para alegrar a solidão, gargalhadas estridentes e brindes de vida. Preciso de coisas que não necessite de esquecer. Estou cansado de me lembrar do que não foi feito para ficar comigo.

DIAS DE INVERNO



Dia chuvoso
Adoro estes dias.
Sinto-me no meu mundo.
Por uma das janelas vejo as pessoas com guarda chuva a andar no passeio,
Ouço os carros a passarem na rua,
Gosto de ouvir o barulho que as rodas destes fazem quando andam no piso molhado,
Só falta o telemóvel tocar e saber se a minha amiga Sophia vem-me visitar.

HOJE SINTO-ME SOZINHO


A meia parte da minha alma foi vaguear, não sei para onde, e deixou-me sozinho

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Porque te foste embora D'Joly sem me dizeres nada?


A cama continua como a deixaste.
Eu continuo à tua espera.
Enquanto não chegas estou sentado junto do nosso bau lendo o que lá deixaste (propositadamente...)
Volta D'Joly porque até os teus erros são perfeitos e só eu os compreendo

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

A SOPHIA ESTAVA COM SAUDADES



Surpreendeu-me, a mim e a quem comigo estava, com a sua visita matinal.
“…Tenho saudades de ti.
Não resisti de vir até aqui…”
Trouxe-me uma lembrança, como é seu hábito…
“Hoje quero estar contigo o dia todo porque tenho tempo sem tempo.”
Adoro-te Sophia

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

MOMENTOS ÚNICOS




Um dia destes quando pisava o areal da “minha” praia a caminho da Capela de Santo António para ver o local onde caiu a última lágrima do meu Grande Amor a Sophia perguntava-me em jeito de “provocação”
“Quantas vidas não viveste já nesta praia?”
Respondi-lhe:
“Tantas como cabelos tinha a Ana Margarida".
A Sophia comoveu-se com a minha resposta.
Abraçou-se a mim e a chorar disse-me:
“Na verdade esta vida é como um grão de areia. Foi por causa desse grão que perdemos o fruto do nosso grande amor.
Quando nos viemos embora deixamos em cima do altar da capela o mais lindo ramo de Margaridas.
Na rua esperava-nos um imenso azul e um cheiro a maresia.
Amo a minha praia.
Nela deixo estar guardados os melhores momentos da minha vida e de quem dela fez parte.
Tu miúdo, fazes parte deles porque te amo como só um pai sabe amar um filho.
E tu Ana Margarida tinhas os olhos mais lindos do mundo

HOJE…



Comprei um “pouquinho do mundo” para oferecer a quem mais amo nesta vida.
A minha alma emocionou-se ao receber, pelas minhas mãos, aquilo que tanto queria.
Há momentos únicos na minha vida que às vezes apetece-me abraçar o mundo todo.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

À vossa saúde!

 



A vida é feita de prazeres e às vezes que "prazeres"..
À vossa saúde!

Quero viver com quem me faça sorrir de mil e uma diferentes maneiras

 


Quero viver com quem me faça sorrir de mil e uma diferentes maneiras, quem me arranque da mesa a meio do jantar unicamente para me beijar

QUERO APENAS VIVER A MINHA VIDA


Quando olharem para o lado, já não estou lá.
Estou a caminho da próxima aventura, do sonho seguinte.
Como sempre faço.
Quero continuar o meu caminho a sonhar

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

PORQUE ESTÁS TÃO TRISTE MELISSA?





Porque estás tão triste Melissa e porque continuas a esperar pelo retorno de quem tanto mal te fez?


Tantos anos já passaram e ele nem se lembra de ti!


Não fiques triste Melissa.


Sai um pouco de casa mas agasalha-te porque está tanto frio e desce a “Rua do Jardim” que tanto já a calcorreaste e mata saudades do tempo em que a subias com ele.


Quando chegares à “Rua Direita” vira à tua esquerda mas não olhes para o Jardim porque as flores que dantes lá estavam já não existem.


Não pises a terra onde estavam as flores porque ainda está molhada de tanta lágrima que derramaram.


Lembras-te daquelas rosas que estavam no jardim e que cheiravam bem?


A Lua levou-as para não sentiram a maldade dos homens que as queriam matar.


Vai então devagarinho até à Barragem.


Olha para o Céu de tempos a tempos e verás então uma estrela que vai a seguir os teus passos.


É a tua estrela, aquela que te tem guiado.


Quando chegares ao Museu baixa a cabeça e não olhes para o teu lado direito se não as recordações do dia mais feliz da tua vida vêm-te à memória e as tuas lágrimas cairão pela tua linda face.


Não o faças senão sentirás o sabor amargo das tuas lágrimas.


Quando chegares à barragem irás ver-me à tua espera e verás que a vida afinal não é tão má como pensas e compreenderás então como é lindo haver amizades como a nossa.


Não fiques triste Melissa porque quando acabarmos de subir a rua que nos leva à tua casa verás a surpresa que te espera.


Tens na entrada da tua casa o mais lindo ramo de flores que alguma vez um homem deu a uma mulher.


Quando descia a rua que agora subimos para te vir esperar vi o teu pretendente estar a colocar as mais lindas flores do mundo na tua porta.


Então escondi-me no recanto da casa da Rosa para que ele não me visse. Quando se foi embora saí então e fui vê-las e cheirá-las.


Melissa as lágrimas caíram pela minha cara abaixo porque no meio das flores, que já vais ver, estava escondida a mais bela mensagem de amor que um homem já deu para uma mulher.


Ama-o Melissa não desperdices esta oportunidade que a vida te está a dar.


Mereces ser feliz mas não chores.


Abraça a vida e tudo o que de bom que ela te está a dar.


«acMMXVII»



AMO-TE



Visto cá de cima,
O meu mar é lindo de morrer.
Visto cá de cima,
A minha praia, por ser tão bonita, às vezes até me assusta.
Às vezes tenho a sensação, quando olho lá para baixo, que vejo as sombras do meu passado a passear por onde eu mais gosto de andar.
Outras vezes sinto o perfume das minhas paixões e dos meus amores.
Aquelas e aqueles que nunca esquecerei porque estão dentro de mim.
Outras vezes tenho a sensação que lá de cima ainda continuam a rolar lágrimas do que mais amei na minha vida.
Nunca esquecerei o que faz parte de mim e o que continua a deambular pelas ruas e ruelas da minha praia.
Amo-te.

A MINHA VERDADE

 



A MINHA VERDADE
É A MINHA VERDADE
E SÓ ACREDITA NELA QUEM QUISER

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Sentimentos são apenas visitantes, deixe-os ir e vir


 

PORQUE HOJE ESTOU ASSIM



Não consigo evitar de ter um lado perverso. É um lado meu que quer conhecer o outro lado de tudo. Um lado que ousa levar-me ainda mais longe do que alguma vez fui. Um lado que quer saber mais sobre muito mais de mim mesmo. Daquele que raramente sou em frente aos outros. Daquele que sou apenas com aqueles que se legitimam na minha perversão. Num mundo paralelo onde só entra quem eu permito. Quem eu quero. Como um clube secreto. Um segredo. Como a mais genuína das minhas verdades.

domingo, 10 de janeiro de 2021

O valor das coisas não está no tempo que elas duram

 


O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

«acMMXXI»

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O meu “Principe”



Meu fiel amigo e “velho” companheiro de batalhas e guerras.
Está no seu conforto porque é digno ter o melhor da vida
Um “camarada” que veio da rua depois de um desastrado condutor o ter mandado contra uma varanda de onde só saiu após os bombeiros terem cortado as barras de ferro.
O sofrimento e a morte rondou-o neste momento de infortúnio.
Quando vi os seus olhos a suplicarem-me “ajuda” não resisti e ofereci-me para cuidar dele.
Assim foi.
Hoje temos uma relação e uma amizade e protecção com nada igual neste mundo.
Foi o meu “Príncipe” que me ensinou que o amor de um animal ao seu dono e a quem o salvou da morte é a melhor coisa do mundo, por isto, “quanto mais conheço as pessoas mais gosto dos animais”
Só lhe falta falar mas…compreendo-o quando olha para mim.
Nas batalhas difíceis que a vida me tem presenteado e as tempestades que tem caído em cima de mim, mas que nunca me derrubaram, o meu “Principe” esteve sempre a meu lado lambendo-me e reconfortando a minha alma e mais do que ninguém, sabe falar com o meu coração.
Muitas vezes lambeu as lágrimas amargas do seu dono que teimavam em cair em cima do travesseiro.
Ajudou-me a vencer as batalhas em que participei.
Se ganhei a guerra a ele o devo
Para ele um abraço e este miminho que lhe dou, o de estar na minha cama
«acMMXVII»

Lassa princesa cigana de Panjane



Por: António Centeio
Lassa minha amiga cigana, tem um coração do «tamanho do mundo». É capaz de comprar quatro pares de sapatos para apenas usar um e dar os restantes a quem mais deles precisar. Os seus olhos «achinesados» e os seus longos e sedosos cabelos fazem dela uma linda mulher. Sabe como ninguém que o jasmim é a única substancia que faz do perfume uma das «maravilhas do mundo». Às vezes quando conversamos vejo as suas lágrimas a enrolarem-se no brilho dos seus olhos. Uma mulher cheia de contrastes.
Como princesa que é e cigana que se orgulha de ser contou-me que na «fé dos ciganos ainda continua a existir a lenda das lendas: «no passado tinham um rei, que guiava sabiamente o povo numa cidade maravilhosa da Índia chamada Sind. Ali o povo era muito feliz, até que hordas de muçulmanos expulsaram os ciganos, destruindo a sua cidade. Desde então foram obrigados a vaguear de uma nação para outra».
Gosta de caminhar sob as estrelas porque «se pode ler nelas o futuro e as estrelas possuem o filtro do amor para contarem coisas estranhas sobre os ciganos. Os ciganos sabem explicar as coisas nas quais crêem de uma forma muito singular».
A mistura de sangue que lhe corre nas veias: árabe, africano, cigano, indiano, europeu, fazem com que seja um «cocktail» completo. Mulher – criança, rebelde de espírito, doce de alma e imprevisível como uma animal selvagem..., assim é Lassa. Enigmática, um tanto misteriosa e até com uma certa dose de loucazinha, não deixa de ser gostosa.
Esta cigana adorava que o mundo fosse um navio para gostar de estar em cima do mastro para desfrutar de toda a visão do mar, da terra e do céu. Apegada demais à natureza gosta de sentir os seus pés pisarem terra firme, gosta de sentir as ondas batendo no seu corpo, adora respirar o ar puro das planícies, montanhas e vales, adora ainda mais estar longe da cidade e sentir de corpo e alma toda a beleza única e maravilhosa do campo e do mato.
Lassa, princesa cigana de Panjane – como lhe chamavam – nasceu próximo das longas matas onde a felicidade apertava os corações e onde diziam ter passado reis e rainhas. Uma terra que por muitos anos, no tempo dos descobridores europeus e dos primeiros comerciantes árabes, foi conhecida como a “Terra das Almas Perdidas” pelo zumbido arrepiante que a brisa vinda do rio faz, em sintonia com a poeira vermelha que se levantava.
A segunda de três irmãs, estudou sempre em colégios de freiras e sempre se lembra de andar pelas ruas e campos à vontade, a maior parte das vezes descalça, que era como gostava de andar, porque a harmonia singular que tudo tem com a natureza com o espírito, com a alma, com o próprio céu tão aberto e esplêndido lhe deu a sensação de que tudo é uma sintonia que emana das águas mornas e calmas do rio e da brisa leve e árida que sopra.
Panjane é uma cidade linda e calma onde todos se conhecem e onde com as irmãs, saía com uma espingarda de pressão de ar para andarem horas no «mato» à caça de pássaros que depois traziam para casa, não isentando que muitas vezes seus pais não tivessem que sair aflitos procurando-as com medo que lhes tivesse acontecido alguma coisa.
Numa vasta planície, próxima de um rio onde vivem juntos crocodilos e hipopótamos, foi o seu berço e o lugar onde nasceu para no quintal da sua casa passar os seus primeiros anos de infância.
É um lugar único onde erguem-se enormes serras e entre elas se estende um vale estreito onde o riozinho sereno corre, sempre manso. E por detrás destas serras, o sol nasce todos os dias para, mais tarde, dar a lugar a uma lua sempre tão vistosa e brilhante. Sobre o vale, meio solitário, os musgos verdes e as dunas de areia vermelha parecem sempre ter estado ali, tão forte é o seu domínio sobre o cenário completo
Sua mãe, mulher única e maravilhosa, ninguém é igual a ela: doce, forte, corajosa, decidida, com um coração enorme e uma alma que se poderia igualar a de uma santa; seu pai: foi um dos homens mais admiráveis que conheceu. Rebelde, aventureiro, frontal e bastante liberal mas ao mesmo tempo amoroso, justo e muito carinhoso.
Tudo o que hoje é deve ao que aprendeu com este homem que mais do que um pai foi um amigo, companheiro e professor da vida, que lhe deixou bem vincada descendência de cigana e europeia.
Da vida faz o lema “mais vale a lágrima da derrota do que vergonha de não ter lutado”. É uma mulher corajosa, porque só a água quente que salpica África lhe dá fulgor para continuar a lutar pelo que acredita para que todos juntos possam viver essa sintonia viciosa da junção da vida com a natureza.
Lassa é uma mulher que nasceu e cresceu com a liberdade dentro dela e talvez por isso seja como um passarinho sem gaiola que voa a qualquer momento.
Quer morrer na sua África que a viu nascer mesmo sabendo que a vida pode acabar de um momento para o outro como a tempestade que não avisa quando vem, mas não quer morrer enquanto viverem os seus sonhos".
Uma das minhas paixões

Dedico estas palavras a alguém que já não está neste mundo


Está escrito no caminho das estrelas que um dia nos vamos encontrar.



As saudades de Mariana
Por: António Centeio

A vida prega-nos partidas. A nossa mente faz-nos lembrar coisas passadas e decorridas ao longo do nosso percurso da vida.
Quando era menino aprendi que apenas queria como amigo o amor. Assim fui e vou vivendo mesmo sabendo que tudo não passa de uma ilusão. Previ sempre as necessidades antes de se manifestarem. Nasci assim que hei-de fazer?
Olho para as pessoas e sei logo quem são e o que querem. Certas vezes até pensam que vivi com elas numa qualquer vida passada. Começamos a falar e rapidamente concluo que a nossa linguagem é igual para pouco tempo depois saber que somos do mesmo mundo porque as nossas palavras e pensamentos são comuns. Tenho a capacidade de ficar logo amigo de quem ainda mal me conhece. Mas as partidas da vida são uma armadilha. Cria-se entre nós um elo que jamais nos separará.
Foi num casual encontro que nos conhecemos. Olhamos um para o outro e os nossos olhos falaram por nós. Quando lhe falei pela primeira vez disse-me que se chamava Mariana para logo de seguida acrescentar que a «origem do nome» provinha de «uma palavra hebraica» com junção de duas palavras. Acreditei nela. Curioso como sou, fui descobrir que correspondia à verdade. Não bem como se prenuncia e escreve mas parecido porque o hebraico é algo difícil de interpretar. Adiantou-me também que o nome era «uma homenagem à sua avó, nascida a criada no meio do Atlântico». Uma avó que lhe deixou «lembranças de uma boa companheira e amiga de infância».
Mariana fala pelos cotovelos. Ainda hoje julga que todas as pessoas conspiram contra ela. Quando casada, todos eram seus amigos mas com dois casamentos falhados no seu curriculum os casais não querem a sua companhia. Dizem – as mulheres – que «é meio caminho para roubar a pessoa amada».
A sua formação superior fez com que bem cedo soubesse dar valor o que é criar um filho e dar-lhe um curso sem a presença do pai ou do seu substituto. Poeta que é, sabe dar valor às palavras e o que delas se pode obter. Sente nestas a subtileza mas que nem todas as pessoas compreendem.
Quis o destino separar-nos por alguns anos. Quando nos reencontramos foi como o nascer de um filho. Fizemos logo uma promessa junto da estátua do “Navegador”. Entre nós dois «nada poderá haver fisicamente, mas apenas confidências, segredos, amizade e uma grande cumplicidade. Nada mais do que isto» para depois logo acrescentarmos «nunca se deve ceder às nossas fraquezas ou outros desejos».
Mariana é uma mulher linda e sensual. A sua vincada personalidade seduz qualquer mortal. A sua maneira de olhar para quem olha para os seus olhos verdes é a sua arma de serpentear os pensamentos incertos na mente dos homens. Seus cabelos compridos e sedosos são a sua maior riqueza.
O Céu estava carregado de nuvens escuras. O horizonte fazia com que as nossas almas ficassem melancólicas. Sentíamos uma força interior que remexia nos nossos corpos. Falamos do nosso passado e da filha que teve, fruto de alguém que fez parte da sua vida mas que não foi nem é a sua vida. «O melhor que fazemos é não voltar a cruzar os olhos com o dos nossos amores perdidos. Especialmente com aqueles que nunca o foram e não passaram de um belo sonho que um dia acalentámos no fundo do nosso ser». As lágrimas correram-lhe pela face. «Se hoje fosse viva seria uma linda mulher!». Senti nas suas palavras a dor que sente quando se lembra da sua “filhota”. Sei a mágoa que tem nas suas profundezas pela perda. Era o elo que a ligava à vida.
Depois do testemunho prestado junto do símbolo a nossa conversa parecia interminável para ao mesmo tempo sentirmos uma atracção sem explicação. De tal maneira que passadas algumas horas, os nossos corpos envolveram-se na transparência da areia enrolando-se um no noutro para acabarmos descendo até à água do Oceano encobertos pela força do amor com o testemunho do nascer do Sol.
Quando o Sol nasce e estamos junto do mar tudo é infinito. Só nesta altura compreendemos os mistérios da grandeza que a natureza nos esconde. São estes encontros sublimes na junção de dois corpos que fazem com que a vida tenha outro significado.
Claro que aquilo que prometemos um ao outro acabou por ser impossível mas o contrário faz com que a vida não faça sentido. O mundo é composto de fragmentos místicos devendo nós apanhá-los para que possamos compreender o seu significado. «Houve em tempos um fazedor de marionetas. A sua casa era um museu de obras-primas. Todas feitas com paixão e amor. Os anos passaram e a sua casa estava cheia destes pequenos bonecos.
Só, certo dia adoeceu. Não tinha ninguém que o ajudasse. Quando a escuridão entrou nas suas paredes cheias de recordações foram as marionetas que o encaminharam para a longa viagem porque só ele lhes soube dar o tal amor e vida. Só ele compreendia e sabia que as árvores também têm vida. Eram a Alma do mundo» dizia-me muitas vezes Mariana para que pudesse compreender a razão das coisas e os seus sentidos. «O mundo é composto de fragmentos místicos devendo nós apanharmos estes para que possamos compreender os seus significados».
No bater das ondas e na espuma vinda das suas profundezas falávamos muito sobre o mistério da vida e da ingratidão das pessoas. Mariana com a formação que tinha e um quoficiente de inteligência acima da média sentia-se ressentida com certas atitudes do ser humano. Fazia com que eu compreendesse o âmago das raízes para melhor puder compreender a razão das coisas. Só eu a sabia compreender. Estava-me grata por isso.
Um dia viria a saber que a gratidão também tem o seu preço. Os seus problemas passaram a fazer parte da minha vida recebendo em troca os meus. A amizade aprofundou-se ao ponto de já não haver segredos entre ambos.
Nas longas caminhadas que fazíamos pela grande avenida deleitando a essência do mar ou nos dias quentes em que à noite passeávamos pelo grande jardim frontal ao “Centro Cultural” com a companhia de “Alex” o poder do mar e o brilho da bola do Céu aconchegava o nosso interior.
Outras vezes escondíamo-nos do mundo juntinhos ao mar. Logo que as estrela apareciam ficávamos ouvindo o rebentar das ondas para ver ao mesmo tempo o mar roubar a areia que horas antes tinha sido calcorreada por estranhos. Enrolada a mim dizia-me junto do ouvido: «quando uma coisa nos magôa em pequeninos ficamos muito sensíveis às atitudes e criticas dos outros. Sofro muito! Não me desampares porque só tu me sabes compreender». Sentia a sua fragilidade. Era como fosse um bibelô. Encolhia-se nos meus braços para que protegesse.
Quantas noites não adormecemos na praia para acordarmos quando o Sol começava a radiar tudo ao nosso redor com o cantar das gaivotas que voavam para onde estava o seu alimento. Erguíamos os nossos corpos para de seguida só pararmos numa padaria junto do mercado onde a frescura do pão satisfazia a nossa saciedade.
Hoje temos medo que tudo acabe de repente porque o relógio pode parar. Sentimos mais do que nunca que caminhamos juntos para a meta final. Temos a certeza que os nossos corpos jamais terão a força de nossa juventude levando com que saibamos aproveitar todos os momentos que a vida nos oferece para quando os nossos corpos se separarem, as nossas almas se possam enlaçar como as rosas que lhe ofereço quando sei estar triste e as saudades do passado a atormentam.
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Escrito e publicado em 2007

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Onde andará a minha alma?



Por causa do frio já não sinto a minha alma junto de mim porque o gelo está a levá-la para longe.
Não a tendo junta de mim faltam-ma as palavras e o meu coração fica gelado e deixa-me de falar
São estes momentos que me assustam porque a nostalgia espreita logo pela greta da porta o momento para entrar.
Não quero nem vou deixar.
Vou fechar a porta a “sete chaves”.
Resta-me ficar com quem despiu e levou a minha alma
A roupa qualquer um a sabe tirar mas nunca permitirei quem espreita pela minha porta que me dispa.
Se a deixar entrar as minhas lágrimas tornam-se amargas

Já fui feliz aqui e vou voltar a sê-lo



Está escrito nas estrelas
Aqui passei parte da minha infância; aqui cumpri o serviço militar; aqui passei momentos felizes da minha vida que me deixaram uma eterna saudade.
Tantas que às vezes penso que o Lis chama-me para eu ver as estrelas que tem para me dar ou para guardar as minhas lágrimas do tempo que já passou e que já não volta.
Lágrimas, alguma amargas
A felicidade tem os seus custos e as suas doses de sofrimento
«acMMXXI»

PARA MIM



É fantástico perceber que com a idade estou a tornar-me na pessoa que no fundo sempre pensei um dia vir a ser.

Voltei a ter fé no que antes me era indiferente.
Aprendi a escutar o meu lado mais íntimo, esse lado onde a minha alma antes se mantinha calada e hoje fala sem necessidade que lhe pergunte coisa nenhuma.

TUDO O QUE AMO ESTÁ AQUI…



ATÉ PARTE DO MEU PASSADO.
UMA TRILOGIA FEITA DE PAIXÕES
CONTINUO A AMAR-TE COMO TU ME AMAS.
A MINHA ALMA ESTA CARREGADA DO MELHOR DA VIDA QUE A MINHA PRAIA ME TEM DADO.
UM DIA DOU-TE UM ABRAÇO DO TAMANHO DO MUNDO PARA SABERES O QUANTO DE AMO

A vida às vezes torna-nos rebeldes

 


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

LEMBRANÇAS DE UM GRANDE AMOR DO PASSADO



Há pessoas que se tornam especiais, mesmo quando sabemos que essa não é a melhor ideia. Por mais fortes que os sentimentos que nutrimos por elas, às vezes as coisas simplesmente não resultam.
Às vezes o tempo não é o certo, as circunstância são erradas, as vossas vidas estão em fases diferentes e não se vê maneira possível de poder equilibrar as coisas.
Por muito especial que essa pessoa seja, o tempo passa. Mas os sentimentos ficam e ambos insistem em esconder algo que eles sabem que só vai causar mais problemas se estiver a céu aberto. E vocês esperam que um dia as vida dê uma volta, as circunstâncias mudem e possam finalmente ficar juntos.
O tempo passa, mas a esperança fica.
O que vocês não se apercebem é que apesar do tempo manter as coisas inalteráveis aos vossos olhos, o mesmo não acontece com a outra pessoa. A vida avança e a outra pessoa avança com ela.
Até que um dia, numa visão enublada que parece quase irreal, vocês vêm a outra dar o passo definitivo, de mão dada com outro alguém a desaparecer nessa mesma nébula.
Como é que reage a um inesperado pontapé no estômago? Como é que anda em frente quando se passou tanto tempo a tentar equilibrarmo-nos no mesmo lugar?
O que acontece depois de reconhecermos o som do coração a partir-se em dois?
«Amanhecer em Paris»

NUNCA ME ESQUECEREI DO DIA EM QUE TE TIREI ESTA FOTO

 



NUNCA ME ESQUECEREI DO DIA EM QUE TE TIREI ESTA FOTO.
Como nunca me esquecerei das tuas palavras:
“Olha a silhueta…”
No fim da foto abracei-te e acariciei os teus lindos cabelos.
Meu Deus… como adoro o teu perfume...
Quando sentiste a minha mão debaixo do teu cabelo e junta do teu pescoço…
“…Só tu me fazes arrepiar…
Amo-te tanto mas tanto.
Dás vida à minha alma…”
Junto do teu ouvidinho, disse-te:
“ E tu elevas-me até ao infinito”.
Ficaste corada….
Mas a noite foi nossa.
Que mais queres que te diga?