«Estes textos são apenas ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.»

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

QUANDO CASEI COM A CELINE NA NAZARÉ





Desde que me lembro de "ser gente" sempre fui à minha praia

A Praia da Nazaré.
Existe uma paixão entre a minha pessoa e esta praia que não consigo descrever.
Dela guardo os melhor momentos da minha infância,
Das bolachas americanas,
Das bolas de Berlim,
Do elevador,
Do cheiro característico da praia,
Da maresia do mar,
Do cheiro das ruas e ruelas,
Das roupas das pescadoras,
Do Rancho 'Tá- Mar',
Da Colónia Balnear,
De ter como "obrigatório diário " vários passeios pelo "Paredão".
De aqui passar férias com os meus pais,
Com a minha irmã,
E outros tantos e tantos momentos que a minha memoria guarda bem "lá no fundo" para que nunca me esqueça.

Foi na minha praia, quando jovem, que também tive a minha primeira paixão.
Mas também foi nesta praia que tive outras paixões.
E outros amores.

Por mais incrível que possa parecer, nunca procurei "paixões ou amores perdidos",
Foram elas e eles que sempre vieram ter comigo.
Porquê?
Não sei explicar!

Mas também foi na minha praia que encontrei a grande paixão de minha vida, a Celine.
Encontrei-a ou ela encontrou-me.
Não sei!
A Celine foi a única mulher que mexeu em mim.
Apaixonei-me verdadeiramente por ela e ela por mim.
A Celine era um mulher linda.
Meiga, sensual e dona de uma beleza estonteante.
Cabelos lindos e uns olhos verdes que perfuravam a minha alma.
Ensinou-me a amar e a fazer amor.

Casamo-nos na Capela de Santo António.

Era desejo da Celine que quando saísse casada da igreja tivesse na sua frente o mar.
Assim  foi.
Fomos morar para uma vivenda que a Celine tinha comprado próximo do elevador.
Da vivenda víamos o mar a todo o momento e ouvíamos o barulho das ondas.
Fomos muito felizes aqui.

Então quando  nasceu a  Ana Margarida....

Quando estava quase a fazer dez anos a nossa filha pediu-nos que, quando fizesse anos "com dois números", lhe déssemos como "prenda uma viagem a Alexandria" (Egipto).
Porque não?

Afinal a Celine tinha lá  familiares.

Ainda nem há dois dias que  lá estávamos quando tivemos um grave acidente.
Perdi a minha grande paixão e a minha filha.

Hoje  fui ao meu sótão em busca de coisas do passado.

Quando abri o baú onde está guardado o melhor dos meus amores encontrei o vestido que a Celine tinha vestido na véspera do acidente.
Ainda tem o cheiro do perfume que usava.
Da Ana Margarida os seus primeiros sapatinhos.

QUERO MORRER!
Quero ir para junto de vocês.

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