MARIA,
Tenho saudades de ti,
De passear contigo pelas ruas da nossa praia,
Tenho saudades de sentir a tua pele,
Saudades de te sentir leve com uma borboleta quando estás em cima de mim.
Onde andas?
«Estes textos são apenas ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.»
MARIA,
Tenho saudades de ti,
De passear contigo pelas ruas da nossa praia,
Tenho saudades de sentir a tua pele,
Saudades de te sentir leve com uma borboleta quando estás em cima de mim.
Onde andas?
Alguém me disse um dia que: "por mais obstáculos que a vida puser no teu caminho nunca pares de lutar"
Assim tenho feito.
Sempre confiei e acreditei em mim com muita fé.
Uma fé com que hei-de morrer abraçada a ela e ao Deus que está em mim.
«acMMXXI»
O tempo, sempre o tempo
O tempo que nos faz sonhar
O tempo que leva os nossos melhores sonhos
E até grandes amores
Hoje é daqueles dias que estou grato à vida pelo que me tem dado e pelo que me continua a dar. Não me arrependo nada de ter amado quem amei e de quem continuo a amar. O Destino ou o Tempo encarregou-se de tirar da minha vida e do meu caminho quem julgava amar ou quem nunca me amou. Para além das contrariedades da vida continuo a amar os TRÊS GRANDES amores da minha vida. Os frutos dos meus dois amores. Os únicos da minha vida. Para além dos meus amores foram as duas grandes paixões que tive na minha vida. Hoje quando acordei um dos meus grandes amores disse-me em modo de bom dia: " AMO-TE MUITO PAI". Que mais posso querer ou pedir à vida? Logo pela noitinha, no terraço do meu Castelo vou dançar com a minha Alma para depois os dois abraçarmos o MUNDO que tanto amamos.
«acMMXXI»
Gosto de te ver António mesmo que entre nós já exista uma relativa diferença de idade.
Para ti, que és poetisa, Emília, que no meu funeral o céu fique escuro de tanta pomba sobrevoar as tábuas do meu caixão e que do céu venham folhas minúsculas de hortenses, a flor preferida da minha mãe e da árvore que me irá aconchegar nas profundezas da terra que caia uma folha para cima da tampa do meu caixão para me fazer companhia como aquela que caiu em cima do caixão de Ana Margarida.
Já há muito que deixei de querer agradar a seja quem for. Sou quem sou no respeito que tenho por mim e pelos outros. Não ultrapasso limites por ninguém, a não ser que esses limites também sejam os meus.
Tenho as pernas a doer e os ombros tensos. Antes, não sabia o que se passava comigo, mas agora sei.
Hoje não foi excepção.
Não procuro respostas quando não sei fazer as perguntas. O maravilhoso da vida é que na verdade nunca preciso de respostas. Preciso apenas de acreditar naquilo que sinto.
«acMMXXI»
Já não nos víamos há mais de sessenta anos.
A Gisela e eu andámos na escola primária.
Foi a minha primeira "namorada".
Depois de fazermos o "Exame de Admissão" na Escola Industrial e Comercial de Lagos foi viver com os pais no Brasil.
Nunca mais nos vimos desde então.
O pouco que sabia de mim era aquilo que as suas velhas tias que residiam em Bensafrim, lhes iam transmitindo.
O pouco que sabia da minha colega de escola era também o pouco que as tias me diziam.
Vai para mais de vinte anos que faleceram.
Ontem, enquanto visitava o Centro Comercial de Portimão, uma voz vinda de "não sei de onde" clamava entre centenas de visitantes do Centro:
"António,
meu amor espera,
Sou eu, a Gisela,
A tua namorada da escola".
Parei e disse para comigo:
Isto não deve ser comigo.
Olhei para traz para identificar de onde vinha a voz.
Corria como uma louca na minha direção.
Mal chegou junto de mim "encavalitou-se" no meu pescoço e beijou-me como eu nunca tinha sido beijado.
Tenho a impressão que os visitantes, como eu, do Centro, pararam quase todos para verem a "cena".
Bateram palmas pela maneira como a Gisela me abraçou e beijou.
Algures, lá do fundo, alguém gritou:
"VIVA O AMOR!"
Meu Deus, foi lindo.
Gisela como me conheceste?
"Sei tudo da tua vida.
As minhas tias diziam-me tudo sobre ti."
Mas as tuas tias já faleceram à tanto tempo...
Depois as minhas primas substituíram-nas.
Boa!
Até me enviaram fotografias quando estavas na Meia Praia com a Maria.
Fomos para um sitio recatado.
A Gisela contou-me toda a sua vida depois de ter ido para o Brasil.
Está bem na vida.
Foi casada com um grande industrial chileno mas vive no Brasil.
Veio de férias a Portugal, no seu avião particular, com a sua fila Nicolete.
"Hoje quando estava no quarto do hotel senti em mim algo de estranho.
Uma voz estranha disse-me.
Vai passear porque hoje os teus deuses vão-te levar a um grande reencontro.
Confesso-te que me assustei.
Sempre acreditei nos sinais e nas mensagens do destino.
Olha estamos aqui os dois..."
Tive que me rir.
Perguntou-me se tinha alguns dias livres.
Disse-lhe: todo o tempo do mundo.
Puxou-me pela mão e " vais comigo para o hotel e dormes lá."
E a tua filha?
"Não te preocupes.
Ela é muito liberal."
Tão bom amar e ser amado
Ainda sinto o corpo da Gisela a contorcer-se de prazer.
Doí-me o pescoço das mordidelas da minha colega de escola.
Hoje de manhã, depois do pequeno almoço disse-me:
"No próximo dia 14, o dia dos teus anos (nunca se esqueceu da data do meu aniversário) vais comigo ao Brasil.
Tenho lá uns assuntos pessoais a tratar.
Depois regressemos e vamos viver juntos para nos amarmos e fazermos amor 'dois em um'.
Quero viver contigo até ao resto da minha vida
Afinal foste o meu primeiro namorado."
E onde vamos viver, perguntei-lhe.
"Aqui no hotel"
???
Aqui no hotel?
"Sim aqui amor meu.
O Hotel é meu."
«acMMXXI»
Ainda ontem aqui escrevi sobre um "Grande Amor"
Hoje a Câmara da minha cidade publicou esta foto com os seguintes dizeres:
"O arco desta praia continua a ser um sucesso nas redes sociais, especialmente entre os casais mais jovens. Conhece este emblemático local de Lagos?"
A minha praia continua a ser o meu "Grande Amor"
Nela estão muitos pedaços de mim e de quem comigo estava.
Nestas areias está o melhor de mim.
Um destes dias vou com a Maria à minha praia.
Hoje tenho saudades das duas.
«acMMXXI»