«Estes textos são apenas ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.»

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

ESTEJAS ONDE ESTIVERES É PARA TI 'AMOR MEU'


Quando nos conhecemos estavas no 3.º ano de Medicina e eu a começar o meu Bacharelato, no outro lado do rio.
Foi numa tarde de Verão quando nos cruzamos.
Passeávamos os dois nas margens do Mondego.
Quando olhei para ti, pela primeira vez, perdi-me logo pelos teus olhos verdes.
De tal forma que tropecei numa pedra do trilho e quase caí.
Tu começaste a rir.
Mas vieste logo ter comigo para ver se estava bem.
"Tens uns lindos olhos. Sempre gostei de olhos castanhos"
Percebi de imediato o que querias dizer.
Foi este teu "estilo provocador" que nos juntou.
Nunca me arrependi deste teu lado.
Durante algum tempo fomos amigos,
Depois namorados,
Para acabarmos amantes.
Gostava quando dizias na cama que eu era o teu "Amor Secreto".


Aos nossos pés costumava estar o 'Otis'
"Ainda estou por saber porque o gato gosta de ti?
Deves ter qualquer coisa contigo porque o Otis nem do meu irmão gosta" exclamavas tu.
Quando fazíamos amor o Otis escondia-se debaixo da cama.
Só subia quando deixava de ouvir os nossos gemidos.
Adoravas quando olhava para os teus olhos.
Mas 'ralhavas' comigo quando te dizia que: "olhos verdes são traição. São crueis como pinhais..."
E se me tentavas "castigar" pelo que acabava de dizer respondia-te sempre.
"Quem o diz e canta é o Francisco..."
Quando acabei o meu bacharelato já tu eras médica.
Da nossa relação nasceu a Maria.
Linda como tu.
Tinha também olhos verdes, como tu, meu amor.
O destino levou-a cedo demais.
Com o desgosto foste trabalhar para o outro lado do mundo.
Eu regressei à minha terra.
A 'semana passada' fui a Coimbra meter uma Orquídea na campa da Maria.
Quando sai do cemitério ouvi a voz dela:
"Nunca te esqueças de mim e dos meus olhos verdes, de que tanto gostavas".
Chorei tanto, mas tanto.

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