O MEU SOTÃO...
Na casa onde nasci, no início de uma noite de um sétimo mês, havia um sotão.
Para lá se chegar era preciso subir umas escadas de madeira.
Quando comecei a dar os meus primeiros passos era para lá que gostava de ir.
Lembro que a velha madeira que segurava as degraus rangia com o peso de quem os subia.
No velho sótão, onde as memórias do tempo eram guardadas, havia uma cama.
Quando, pela madrugada, 'fugia' para o sótão, era nesta cama que gostava de me deitar.
Quando o Sol nascia, a 'passarada' que se escondia no telheiral chilreava de alegria pelo novo dia.
Era o ouvir este chilrear que fascinava a criança que fui.
Hoje, passei próximo do local do meu velho sótão.
Lembrei-me então da minha meninice e das memórias da minha infância.
Mexeu em mim e na criança que estava adormecida bem dentro de mim.
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