«Estes textos são apenas ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.»

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

PORQUE TE AMO





LEMBRAS-TE DE QUANDO TE CONHECI?
 
Quando se desce para a “Praia do Norte” do nosso lado esquerdo ficam uns terrenos agrícolas.
Num deles está um pequeno espaço que aloja cavalos.
Alguns deles são lindos de morrer.
Num tarde solarenga, enquanto descia para a praia, encontrei a subir a mulher mais linda que até então tinha encontrado na minha vida.
Na minha frente estava uma mulher que lhe corria nas veias uma mistura de sangue: árabe, africano, cigano, indiano, europeu, que fazia com que fosse uma espécie de cocktail.
Mulher criança, rebelde de espírito, doce de alma e imprevisível com um animal selvagem.
Quando se aproximou de mim pediu-me para a acompanhar porque o seu “Janota” tinha saído sem autorização.
O “Janota” era o seu cavalo que o encontramos poucos metros mais acima.
Quando o agarrou deu-lhe um mimo no pescoço e beijou-o.
“Vem comigo até à praia para me veres em cima dele a galopar…”
Fui.
Ainda hoje me pergunto como cedi à sua “ordem” ou como falou comigo parecendo que nos conhecíamos há muito.
Enquanto descíamos disse-me:
“ O cavalo está ligado ao FOGO e simboliza o filho da noite e do mistério e gosta de galopar nas entranhas da terras”.
“Há quem diga que esta ligado aos sonhos e às adivinhações…”
Montou-o no longo areal da praia para de seguida começar a correr.
Se Ana Margarida era linda com o cabelo ao Vento parecia uma Deusa.
Lá, no fundo do areal, desceu do cavalo e com um sinal o "Janota" começou a galopar e… galopou…galopou ao longo da areia.
Passado algum tempo aproximou-se de mim:
“Anda e sobe…”
Não tenho palavras para dizer o quanto gostei de ir em cima do cavalo e a segurar-me na cintura de quem “guiava” o cavalo.
Mal sabíamos os dois que este “segurar-me” seria o princípio de um grande amor que só teria fim na Capela de Santo António.
Quando a tarde chegava ao fim e o Sol estava a pôr-se convidou-me para ir com ela levar o Janota ao estábulo.
No percursos perguntou-me:
“Onde tens a tua outra roupa? (estava em calções de banho)?”
Respondi-lhe:
“Na casa da D. Liliana. A senhora que me alugou a casa para passar as férias.”
“Espera que vou tomar banho para depois ir contigo”.
Quando apareceu Ana Margarida estava deslumbrante.
Viemos até a minha praia sempre juntos.
Sempre a conversar pelo caminho, como se nos conhecêssemos há décadas.
Descemos do elevador e poucos metros depois estava na “minha” casa.
Quando lhe disse onde se situava riu-se.
“Boa…é a casa da minha irmã”
Ri-me também.
Sem “meias medidas” entrou para dentro da casa comigo.
“Está à vontade. Vai tomar banho e veste-te para depois irmos jantar ao meu restaurante”
Ainda estava a acabar de me vestir já ela estava no meu quarto.
Foi-se meter à janela.
Foi quando olhei de soslaio para a sua silhueta.
Que mulher linda e bem constituída,
Que cabelos lindos,
O seu perfume seduziu-me,
Enquanto jantámos, contou-me a sua vida e a da família.
Acabamos a noite na sala de dança de uma discoteca.
Quando chegamos de onde tínhamos saído para o jantar sussurrou-me ao ouvido:
“Vou dormir contigo!”
Da paixão nasceu algo que jamais se desprendeu de nós.
Um GRANDE AMOR!
Nas noites de Verão adoramos andar pelas ruas e ruelas da nossa praia.
Sinto-me feliz e vaidoso de amar e ser amado pela mulher mais linda do mundo.

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