Ontem andei nas areias da minha "meia praia".
Já tinha saudades.
Comigo andou a Graça.
Uma amiga muito especial.
De tempos a tempos fazemos longas caminhadas.
Percorremos as ruas e ruelas da nossa cidade.
Quando está muito vento "abrigamo-nos" nos "ombrais" dos "becos e travessas" para que o vento não leve as nossas palavras.
Quando estamos juntos falamos das nossas vidas.
Porque ontem foi domingo e a Graça não trabalhava estivémos mais tempo juntos e falamos "até aos cotovelos".
Contou-me que está apaixonada como "nunca esteve na vida" dela.
Meu Deus como estava aflita.
"Vamo-nos sentar aqui na areia"
Encostou-se a mim e numa "mar de lágrimas" pediu-me que a ajudasse.
Respondi-lhe que não a podia ajudar porque a paixão cega quem se apaixona e a Graça está "cega" pelo seu "novo amor".
Para mais é uma mulher casada, com filhos e netos.
"Mas que hei-de fazer?"
Olhei bem para os olhos dela e disse-lhe:
"Se amas tanto o teu novo amor deixa o mundo em que vives e vai viver com quem tanto amas.
Afinal já criaste os teus filhos, és crescida e adulta, para além de responsável, esquece o teu passado e juntos construam o vosso futuro".
Levantou-se.
Caminhou para o mar.
Com as mãos fez uma concha e encheu-a com água do mar.
De seguida lavou a cara e gritou bem alto.
"Não posso deixar o meu marido porque dele guardo as melhores recordações da minha vida.
Não consigo deixá-lo!"
Fiquei sem palavras.
Sei que o passado da Graça foi feito de traições e mais traições de quem diz que a amou mesmo sendo pai dos filhos.
Vamos dar tempo ao tempo para ver como vai acabar este amor ou esta paixão.
Hei-de morrer sem compreender as mulheres
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