«Estes textos são apenas ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.»

segunda-feira, 17 de maio de 2021

GOSTO DE FALAR COM A GRAÇA



Ontem andei nas areias da minha "meia praia".

Já tinha saudades.

Comigo andou a  Graça.

Uma amiga muito especial.

De tempos a tempos fazemos  longas caminhadas.

Percorremos as ruas e ruelas da nossa cidade.

Quando está muito vento "abrigamo-nos" nos "ombrais" dos "becos e travessas" para que o vento não leve as nossas palavras.

Quando estamos juntos falamos das nossas vidas.

Porque ontem foi  domingo e a Graça não trabalhava estivémos mais tempo juntos e falamos "até aos  cotovelos".

Contou-me que está apaixonada como "nunca esteve na vida" dela.

Meu Deus como estava aflita.

"Vamo-nos sentar aqui na areia"

Encostou-se a mim e numa "mar de lágrimas" pediu-me que a ajudasse.

Respondi-lhe que não a podia ajudar porque a paixão cega quem se apaixona e a Graça está "cega" pelo seu "novo  amor".

Para mais é uma mulher casada, com filhos e netos.

"Mas que hei-de fazer?"

Olhei bem para os olhos dela e disse-lhe:

"Se amas tanto o teu novo amor deixa o mundo em que vives e vai viver com quem tanto amas.

Afinal já criaste os teus filhos, és crescida e adulta, para além de responsável, esquece o teu passado e juntos  construam o vosso   futuro".

Levantou-se.

Caminhou para o mar.

Com as mãos fez uma concha e encheu-a com  água do mar.

De seguida lavou a cara e gritou bem alto.

"Não posso deixar o meu marido porque dele guardo as melhores  recordações da minha vida.

Não consigo deixá-lo!"

Fiquei sem palavras.

Sei  que o passado da Graça foi feito de traições e mais traições de quem diz que a amou mesmo sendo pai dos filhos.

Vamos dar tempo ao tempo para ver como vai acabar este  amor ou esta paixão.

Hei-de morrer sem compreender as mulheres



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