«Estes textos são apenas ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.»

quarta-feira, 31 de março de 2021

ENCONTREI A TOMY

 



Hoje fui até à cidade grande.

Aquela onde cresci e onde me fiz homem.

Onde estudei.

Onde tive a minha primeira namorada.

Uma cidade banhada pelo mar.

Bem no Barlavento algarvio.

Passeava pelo avenida quando ouvi uma voz feminina a chamar:  "António...".

Olhei para quem clamava tal nome.

Corria em direcção a mim.

A cara não me era estranha.

Mas aquele corpo sensual,

Aquele cabelo loiro,

Olhos de cor avelã,

O sorriso...

Mal chegou a mim abraçou-me e beijou-me.

Nem tive tempo de pensar o quer que seja.

 Reconheci logo  pelo beijo doce e profundo quem me abraçaca e beijava.

A minha querida amiga Tomy.

Meu Deus, linda de morrer.

A Tomy foi minha colega na escola, em  Santo Amaro.

Já não nos víamos vai para mais de 50 anos.

"Duas gerações" disse-me.

Fomos até ao "Oceano"  para beber um cafezinho e para metermos o nosso passado em dia.

A "minha Tomy" como lhe chamava na escola, é uma mulher linda.

Enquanto falavámos os seus olhos penetravam bem dentro de mim.

Pensei coisas que não devia pensar.

Ela apercebeu-se e sorriu.

"Não penses o que estas a pensar.

Sou uma mulher casada.

Tenho filhos e netos.

Aqui na cidade todos me conhecem.

Além do mais tenho que me proteger e proteger a minha imagem.

Um dia quem sabe se..."

Este "um dia quem sabe..." fez-me chorar porque a Tomy não é qualquer  pessoa para mim nem eu sou um desconhecido para ela.

Quando, da despedida, lhe pedi se podia ir jantar à casa dela, para comemorarmos o nosso encontro e conhecer o marido, respondeu-me com um sorriso doce e uma voz terna:

"És maluco.

Ele se te visse lá em casa ainda nos matava.

Não demorá muito que não tenhamos muitos jantares a dois..."

Percebi a mensagem.

Qando nos despedimos, depois de me beijar, sussurou-me ao ouvido:

"AMO-TE"


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