Por esta rua costumo descer quando vou para a praia.
Todos os dias, a meio da manhã, gosto de tomar aqui o meu “pequeno almoço”.
É um prazer muito meu porque às vezes a vida dá-nos prazeres que nem nós sabemos explicar ou compreender porque temos, ou queremos este “prazer”.
Talvez para vermos quem nunca vimos ou há muito que não vemos ou quem queremos ver.
Era uma tarde de Verão.
O Céu estava limpo.
Algumas gaivotas sobrevoavam o Céu.
Enquanto olhava para o voar das aves e me interrogava o quanto a vida é cheia de mistério
na mesa frente à minha sentou-se uma jovem.
Linda de morrer.
Cabelos compridos e brilhantes.
Olhos castanhos de cor avelã.
Com um olhar profundo olhou para os meus e com um sorriso convidou-me para me sentar na sua mesa.
Aceitei o convite para iniciarmos o que viria a ser uma grande amizade e um grande amor.
Disse-me que estava na “cidade de férias e que não conhecia ninguém”.
Disse-lhe: “já somos dois”.
“E que tal passares a tarde comigo na minha praia?”
Ri-me.
“Porque te ris?”
Gostei dessa tua “minha praia”
“Chamo-a de minha porque tenho lá o meu espaço sempre livre.
Anda daí.
É já ali…
É na Praia dos Estudantes”
Passamos a tarde juntos,
Tomamos banho juntos,
Abraçados um ao outro fizemos de golfinhos na água azul na praia dela para sentirmos os dois corpos encostados.
Antes de sairmos da praia e quando o Sol já ia alto estava feita a promessa de andarmos sempre juntos enquanto ali estivéssemos de férias.
Dois dias depois disse-me:
“Hoje é dia 29, dia do meu aniversário e do oitavo mês do ano.
Quero festejá-lo contigo e, apenas contigo, no meu apartamento. “
Fizemos amor pela primeira vez.
Pela primeira vez senti o que é fazer amor com amor.
Amou-me de corpo e alma.
Ensinou-me como se faz amor e as melhores posições.
Senti na minha boca a saliva de quem comigo fez amor a rebolar pelo chão e me endoideceu quando cruzou o seu corpo no meu para que eu sentisse o seu corpo a contorcer-se quando tinhas orgasmos intensos.
Nasceu na mesa da esplanada um grande amor.
Um amor que ainda hoje existe.
Um amor com uma intensidade inexplicável.
Nada temos em comum como nunca vivemos em comum.
Entre nós apenas um grande amor secreto como secretas são as nossas conversas e os nossos encontros.
É casada.
Mãe de filhos.
Uma mulher espectacular.
Uma senhora no sentido lacto da palavra.
Olhos lindos.
Meiga e doce
Talvez um dia, quando estiver livre do marido, possamos então viver o nosso grande amor.
Amámo-nos como ninguém ama.
Dela, do grande amor da minha vida, recebi hoje esta mensagem.
“Para a semana vamo-nos encontrar na nossa pastelaria, aquela em que nos conhecemos.
Tem os melhores mimos e a dona é muito simpática.
Gosto muito dela.
Será ela que irá ser a madrinha da nossa filha.”
Liguei-lhe de imediato.
“Nossa filha?...”
Respondeu-me:
“Sim, porque quero ter uma filha tua.
A minha situação está em vias de ter o seu fim, com ele.
Eu e tu vamos viver juntos para juntos vivermos o nosso grande amor.
Aquele grande amor que a vida não nos tem permitido de sermos um do outro.
Quero ser tua e sentir em mim parte de ti.”
AMO-TE TANTO AMOR MEU.
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