E DEPOIS AGRADEÇO À VIDA ALGUMAS DAS COISAS QUE ME ESTÃO A ACONTECER NA PRÓPRIA VIDA.
Tenho o hábito de acordar e abrir as janelas de casa para provocar uma corrente de ar que me dê a primeira bofetada de vida antes do chuveiro.
Não o faço de imediato, porque primeiro sento-me na cama, com as persianas ainda corridas, e agradeço à vida algumas das coisas que me estão a acontecer na própria vida.
A seguir, deixo-me cair de costas sobre a cama e estico todos e cada um dos meus músculos e ossos até sentir que voltaram a estar enumerados e no sítio correcto.
Levanto-me sempre a sorrir, porque adoro acordar e retomar o dia onde o deixei na noite anterior.
São hábitos que não considero hábitos, mas antes rituais para me celebrar.
A água do chuveiro cai enfim tépida, quase fria, sobre a minha cabeça e, finalmente, consigo abrir mais um pouco os olhos.
A primeira visão que tenho é a da minha nudez.
A segunda é o reflexo do meu sorriso nos azulejos molhados.
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