«Estes textos são apenas ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.»

sábado, 7 de novembro de 2020

ESSES TEUS OLHOS...

 


Estes dias cinzentos e frios fazem-me nostalgia

Fazem com que me vá sentar  no sofá e meter-me debaixo da “colchazinha” como alguém gostava de me dizer e aconselhar.

Amores!...

São estes dias e estes momentos que mexem em mim

Lembro dos meus amores e das minhas paixões

Dos amores que me amaram perdidamente

Das paixões que me deixaram marcas

Marcas profundas que quando mexo nelas ainda me doem

Nunca procurei amores perdidos ou mulheres solitárias.

Mas quer uns quer outras sempre vieram ao meu encontro.

Porquê?

Não sei!

Houve mulheres, algumas que amei profundamente, que diziam:

“Esses teus olhos…”

Castanhos, adiantava eu

Nasci assim e gosto de ser assim

Hoje o Céu tem estado cinzento escuro e o dia frio

Não me apetece sair de casa

Estou no sofá  debaixo do rectângulo de algodão que me aquece.

Desci os estores

Encostei as cortinas

Apenas entra uma pontinha de claridade

Não quero ver TV

Apenas ouvir musica linda

Música que mexe em mim.

Ali num cantinho um pequeno candeeiro  para iluminar a parede que lhe fica acima.

Uma parede que tem o “NÚ” da mulher que mais amei na minha vida.

Uma mulher que me deu o melhor do mundo

Que me ensinou a ser um homem

Que sempre quis que eu tivesse o melhor do mundo

Que gostava de ter os melhores prazeres da vida junto de mim.

“AMO-TE TANTO AMOR QUE DARIA A VIDA POR TI”

E deu!.

Morreu nos meus braços clamando por quem a segurava.

“Não me deixes morrer…”

Eram lindos os seus olhos.

Enquanto o  corpo desfalecia nos meus braços os seus olhos tinham um brilho esquisito ao olhar para mim.

Antes de fechar os olhos pela última vez e com os lábios secos disse-me:

“AMAR-TE EI SEMPRE.

OLHAREI POR TI LÁ EM CIMA”.

Não tenho dúvida alguma que olha por mim lá no Céu

Às vezes tenho a sensação que a meio da noite se deita a meu lado porque acordo com o cheiro do seu perfume.

Estou no sofá debaixo do rectângulo de algodão que me aquece

Na “colchazinha” que nos abafava nas tardes como as de hoje, sentada e encostadinha a mim, às vezes dizia-me:

“Vou-me deitar e meter a minha cabeça em cima das tuas pernas

Depois…

Mete a tua mão no meio das minhas pernas.

Acaricia-me…

Devagarinho…

       
       Devagarinho…

Agora mais depressa…

Mais não…

Mete-te de joelhos e passa com a língua pelas minhas maminhas…

Eu faço o resto com a minha mão…”

Hoje quando olhei para o quadro com a  mulher que mais amei na minha vida lembrei-me destes momentos.

Chorei.

Continuo a chorar.

A chorar por um grande amor que tive


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