Foi aqui que passei algumas
semanas de férias.
Comigo estava a minha
"amiga malandra".
Enquanto lá estivemos,
todas as tardes nos sentávamos na varanda do "último piso" para
comermos o nosso "gelado de morango e baunilha".
"O morango é afrodisíaco"
dizia-me para me provocar.
Eu dava-lhe a colher
com gelado na boca e ela a mim.
Erámos duas autênticas
crianças.
"Amo-te porque os
teus olhos são castanhos..."
Respondia-lhe:
"Gosto de ti
porque os teus parecem duas avelãs".
Amávamo-nos como dois seres
que se amam profundamente.
Era para ela o seu “amor
secreto”.
Para mim era o meu “amor
secreto”.
Linda e sensual.
Sempre bem vestida e bem
perfumada.
Quando à noite íamos
passear junto ao mar os nossos corpos entrelaçavam-se na areia e depois rebolávamos
na areia mesmo que as nossas cabeças viessem cheias de areia para o quarto.
Era o desejo de nos
beijarmos
Momentos em que sentia
o seu perfume em mim.
Sabia o quanto gostava
do seu perfume.
Beijava-me docemente e
ensinou-me a beijar
Foi a “minha malandra”
que descobriu em mim aquilo que eu não sabia estar dentro de mim: o “escrever” temas de amor.
Foi este meu “Grande Amor”
que um dia me disse que “PAIXÃO” é uma coisa e “AMOR” é outra.
A primeira dura seis
meses;
A segunda dura uma vida
inteira:
“Obrigou-me” a ler o
livro “AMO-TE” de Francesco Alberoni para que eu soubesse amá-la como ela
gostava de ser amada.
Uma tarde fiquei na
varanda sozinho enquanto ela foi às compras.
Quando lá de cima a vi encostei-me
às grades e gritei bem alto:
“AMO-TE LOUCAMENTE”
Cá de baixo e olhando
para o cimo, respondeu-me:
“TAMBÉM DE AMO”
Os veraneantes que iam
a passar no “paredão” e assistiram à cena bateram palmas e riram-se do nosso
amor.
Quando chegou ao quarto
beijou-me como se nunca me tivesse beijado.
“ÉS UM LOUCO…”
“POR TI”, respondi-lhe.
Continuamos grandes
amigos e a sermos o “amor secreto” um do outro.
Amo-te miúda linda
Adoro os teus olhos de
avelã.
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