Quando
se desce para a “Praia do Norte” do nosso lado esquerdo ficam uns terrenos
agrícolas.
Num
deles está um pequeno espaço que aloja cavalos.
Alguns
deles são lindos de morrer.
Num
tarde solarenga, enquanto descia para a praia, encontrei a subir a mulher mais
linda que até então tinha encontrado na minha vida.
Na
minha frente estava uma mulher que lhe corria nas veias uma mistura de sangue:
árabe, africano, cigano, indiano, europeu, que fazia com que fosse uma espécie
de cocktail.
Mulher
criança, rebelde de espírito, doce de alma e imprevisível com um animal
selvagem.
Quando
se aproximou de mim pediu-me para a acompanhar porque o seu “Janota” tinha
saído sem autorização.
O
“Janota” era o seu cavalo que o encontramos poucos metros mais acima.
Quando
o agarrou deu-lhe um mimo no pescoço e beijou-o.
“Vem
comigo até à praia para me veres em cima dele a galopar…”
Fui.
Ainda
hoje me pergunto como cedi à sua “ordem” ou como falou comigo parecendo que nos
conhecíamos há muito.
Enquanto
descíamos disse-me:
“ O
cavalo está ligado ao FOGO e simboliza o filho da noite e do mistério e gosta
de galopar nas entranhas da terras”.
“Há
quem diga que esta ligado aos sonhos e às adivinhações…”
Montou-o
no longo areal da praia para de seguida começar a correr.
Se
Ana Margarida era linda com o cabelo ao Vento parecia uma Deusa.
Lá,
no fundo do areal, desceu do cavalo e com um sinal o "Janota" começou
a galopar e… galopou…galopou ao longo da areia.
Passado
algum tempo aproximou-se de mim:
“Anda
e sobe…”
Não
tenho palavras para dizer o quanto gostei de ir em cima do cavalo e a
segurar-me na cintura de quem “guiava” o cavalo.
Mal
sabíamos os dois que este “segurar-me” seria o princípio de um grande amor que
só teria fim na Capela de Santo António.
Quando
a tarde chegava ao fim e o Sol estava a pôr-se convidou-me para ir com ela
levar o Janota ao estábulo.
No
percursos perguntou-me:
“Onde
tens a tua outra roupa? (estava em calções de banho)?”
Respondi-lhe:
“Na
casa da D. Liliana. A senhora que me alugou a casa para passar as férias.”
“Espera
que vou tomar banho para depois ir contigo”.
Quando
apareceu Ana Margarida estava deslumbrante.
Viemos
até a minha praia sempre juntos.
Sempre
a conversar pelo caminho, como se nos conhecêssemos há décadas.
Descemos
do elevador e poucos metros depois estava na “minha” casa.
Quando
lhe disse onde se situava riu-se.
“Boa…é
a casa da minha irmã”
Ri-me
também.
Sem
“meias medidas” entrou para dentro da casa comigo.
“Está
à vontade. Vai tomar banho e veste-te para depois irmos jantar ao meu
restaurante”
Ainda
estava a acabar de me vestir já ela estava no meu quarto.
Foi-se
meter à janela.
Foi
quando olhei de soslaio para a sua silhueta.
Que
mulher linda e bem constituída,
Que
cabelos lindos,
O
seu perfume seduziu-me,
Enquanto
jantámos, contou-me a sua vida e a da família.
Acabamos
a noite na sala de dança de uma discoteca.
Quando
chegamos de onde tínhamos saído para o jantar sussurrou-me ao ouvido:
“Vou
dormir contigo!”
Da
paixão nasceu algo que jamais se desprendeu de nós.
Um
GRANDE AMOR!
Nas
noites de Verão adoramos andar pelas ruas e ruelas da nossa praia.
Sinto-me feliz e
vaidoso de amar e ser amado pela mulher mais linda do mundo.